quinta-feira, 15 de março de 2012

O resultado nos filhos

Síndrome da alienação parental causa transtornos

Redação - Paraná-online

Um fenômeno não é novo e vem sendo identificado pelos profissionais que se dedicam ao estudo dos conflitos familiares e da violência no âmbito das relações
interpessoais.

É conhecido por alguns, como síndrome de alienação parental (SAP), outros intitulam de "implantação de falsas memórias".

De acordo com a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Maria Berenice Dias, esse tema começa a despertar a atenção, pois é prática que
vem sendo denunciada de forma recorrente.

"Sua origem está ligada à intensificação das estruturas de convivência familiar, o que fez surgir, em conseqüência, maior aproximação dos pais com os
filhos", explica.

Assim, quando da separação dos genitores, passou a haver entre eles uma disputa pela guarda destes, algo impensável até algum tempo atrás.

Antes, a naturalização da função materna levava a que os filhos ficassem sob a guarda da mãe. Ao pai restava somente o direito de visitas em dias
predeterminados, normalmente em fins de semana alternados.

Mãe e madrasta, a professora A. G., vive na pele um caso grave de SAP com sua enteada. A mãe da menina promove a violência emocional com a criança desde que
seu atual marido se separou dela, quando a menina tinha apenas quatro anos de idade.

A terapeuta familiar Roberta Palermo comenta que a síndrome identifica um processo em que um dos genitores - geralmente o que detém a guarda da criança "faz
a cabeça" do filho para que ele odeie o genitor sem qualquer justificativa. Assim, o filho após a separação dos pais passa a ser utilizado como instrumento
de vingança e agressividade direcionado ao parceiro.

Sem desistir

"Quando engravidei, esse quadro piorou, pois a mãe dizia para a minha enteada que o pai não gostava dele, que só gostava do bebê que ia nascer", conta a
professora.

Nesse caso, a mãe passou a incitar ódio contra o pai e deixar de cuidar da própria filha. "Já pedimos a guarda da minha enteada e estamos aguardando a
decisão da justiça", informou a professora.

Para M. A. F. S. a situação é mais grave ainda. Segundo ele, a ex-mulher foge com a filha de um ano e desaparece por semanas, sem que ele saiba onde estão.

"Ela me pune por meio de minha filha, por eu ter dado um fim no nosso relacionamento", ressalta. A criança que ama seu genitor é incitada a afastar-se dele,
que também a ama. Entra em cena a contradição de sentimento e a destruição do afeto entre ambos.

A partir disso, a criança perde a confiança no genitor e passa a ter um vínculo maior com o outro, aceitando tudo o que lhe é dito como verdade. A mãe tenta
afastar o pai a qualquer custo, que é agora considerado um invasor.

Roberta Palermo, autora de livros sobre o relacionamento entre casais separados, declara que, perante as dificuldades impostas, principalmente, pelas mães,
alguns pais desanimam e até desistem, somem.

"Quando não, aceitam as migalhas de convivência oferecidas pela ex-esposa", reconhece. De acordo com a especialista, essas não são as saídas adequadas. O pai
precisa ter forças para enfrentar o problema e resolvê-lo. Não pode desistir de ser pai, de dar essa oportunidade ao filho. "Desistir é ser conivente com a
decisão da mãe", argumenta.

Distúrbios psicológicos

Crianças vitimas da síndrome da alienação parental são mais propensas a apresentar distúrbios psicológicos, como depressão, ansiedade e pânico. Também
utilizam drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.

Apresentam baixa auto-estima e sofrem por isso. Nos casos mais graves, sofrem outros transtornos mentais, correndo o risco de cometer suicídio. "Ao
tornarem-se adultas, dificilmente conseguirão uma relação estável, invariavelmente, em função da desqualificação do genitor alienado", observa a terapeuta.

M. A. F. S. alega que, quando pede ajuda às autoridades, ninguém faz nada e dizem apenas que ele deve esperar. Luciana Godoy, outra madrasta que presencia um
caso de SAP gravíssimo com seu atual marido adverte que é preciso frear com urgência tal comportamento, caso contrário, "continuaremos a conviver com
adolescentes envolvidos com drogas ou álcool, com dupla personalidade, sem chão, sem rumo, por terem agido injustamente, manipulados por mães sociopatas",
completa.

Morte inventada

Um documentário sobre o tema, chamado A morte inventada, com depoimentos de vários filhos que foram submetidos à alienação parental, busca discutir a
alienação parental, um distúrbio cada dia mais habitual no âmbito das disputas pela custódia de um filho na hora da separação de um casal, situação na qual
um genitor procura deliberadamente alienar (afastar) o seu filho ou filha do outro genitor, deturpando a sua mente, tendo normalmente êxito em seus intentos.

A sua manifestação consiste na campanha de difamação contra um genitor. É o resultado da combinação de uma programação (lavagem cerebral) levada a cabo pelo
ensinamento sistemático de um genitor alienante, a fim de destruir o vínculo entre o genitor alienado e a criança, destruição essa que, infelizmente, se

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