domingo, 12 de fevereiro de 2012

Homens agredidos pelas mulheres têm vergonha social


Homens agredidos pelas mulheres têm vergonha social

HELENA NORTE
 

São ainda poucos os homens que apresentam queixa por violência conjugal (cerca de 10% das denúncias). A vergonha social fala mais alto do que os abusos no momento de se assumirem como vítimas das mulheres.  A verdade é que os homens também sofrem a pressão dos mesmos fatores e acabam por suportar o insuportável. Com uma agravante: socialmente é, para um homem, mais difícil assumir a vitimização, , a que recorre um número crescente de homens por crime de violência conjugal (cerca de 10% do total das vítimas).
Não há perfil único da vítima de violência conjugal - tal como não existe um retrato padronizado do agressor -, mas há algumas características que indiciam uma maior vulnerabilidade para aceitar maus-tratos, como baixa auto-estima, fraca confiança e elevada dificuldade em defender os próprios direitos.
O medo de perder os filhos - usados frequentemente na chantagem emocional que caracteriza as relações tóxicas -, a pressão familiar e social, a dependência emocional e financeira , bem como as crenças morais e religiosas sobre o casamento são alguns dos fatores que favorecem a perpetuação das agressões.
A violência conjugal configura um ciclo de três fases: começa por um período de tensão (discussões), a que se segue o ataque violento (psicológico ou físico) e depois passa para a chamada "lua de mel", em que o agressor pede desculpa e promete nunca mais repetir os maus-tratos. Este ciclo tende a repetir-se, com a lua de mel a tornar-se cada vez curta e as agressões mais frequentes.
Os homens  já representam cerca de 15% das pessoas maltratadas no seio familiar. Ou seja, este número inclui não apenas os que sofreram violência conjugal (perpetrada pela atual ou ex esposa, companheira ou namorada), mas todos aqueles que foram alvo de maus-tratos por familiares. 

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